Capítulo 4: Ele é bonito

Hoje iniciava o 2° bimestre no colégio Sweet  Amoris. Dia de alunos novos, alunos transferidos, alunos que vinham ou voltavam de intercâmbio, o que explicava o tumulto na porta principal da escola: era a massa dos novatos perdidos. E Leh no meio com o mais bonito deles, apesar das estudantes mal notarem, já acostumadas  com a grande quantidade de garotos atraentes na escola.
Mas o que chamou minha atenção não foram os alunos novos, mas sim Ken e uma garota treinando alguma arte marcial ou algo do tipo em um canto, lá fora. Uma garota que eu conhecia. Angel era seu nome, mas ela obrigava todos á chamarem-na de Dart.Dart Vader. Era durona e aparentemente muito fria, amiga de infância do Ken, o que me fez vê-la algumas vezes quando pequena na casa dele também, mas nós duas só conversamos por bilhetinhos durante aulas chatas, já que eu não conseguia conversar com ela pessoalmente, só tenho amigas por ser antiga na escola, acredite. Demoro á falar com estranhos, mas escrevo relativamente bem.Até por praticar todos os dias. Eu me aproximei para assisti-los treinando. Senti o calor do corpo de Lysandre atrás de mim, mas ignorei.
– Chutar mais alto você deve.- Dart disse, neutralizando todos os golpes de Ken com as mãos, aparentando não sentir absolutamente nada com isto.Meu cérebro me fez ver o Mestre Yoda ao invés de Angel, por estar imitando o jeito dele de falar.
– Sim, minha mestre Jedi.- Ken respondia sorridente, assim como nos bilhetes, percebi que Dart não parava de falar em Star Wars, o que deixava mais intrigante ainda vê-los. Então era devido á ela a nova forma física do Fuzilad...
Ken se desiquilibrou e caiu, fazendo seus óculos voarem longe, e se quebrarem. Tive o impulso de ir ajudá-lo a se levantar, o que naturalmente Dart faria antes de mim, se não estivesse congelada nos olhando. Eu entendo perfeitamente por quê. Seus óculos escuros e imensos ocultavam um par de olhos azul-royal, bem como sobrancelhas e bochechas, digamos “ másculas” que agora combinavam muito mais com sua nova forma física.
- Ele é tão bonito. - Foi só o que Dart disse, ainda imóvel, olhando-o. Com os óculos, ele parecia ter rosto de criança, é verdade.
– Sempre foi.- Eu sorri ao dizer,  para mim era habitual o ver sem seus óculos.Ken riu, se levantando e pegando seus óculos das gentis mãos de Dart Vader, da qual até o casaco realmente parecia ter saído de Star Wars.Ou de Matrix.
– Como se já não soubessem o quanto você gosta do Kentin.- Lysandre disse, se retirando para o lado oposto.Eu não entendi o que ele quis dizer. Ken e Dart também estranharam, e continuaram treinando.
Ao voltar para a frente da escola, eu percebi que hoje a reunião na mesa da lanchonete seria séria; Karen viu o modo como Lysandre ousou falar comigo há pouco, e parecia decepcionada com Nathaniel que não dava o primeiro passo nunca, o encarando ao meio dos alunos novos.Bea encarava Jade, que estava sutilmente rolando na grama feito um maníaco, sem razões que eu conhecesse.Isa discutia com Castiel, que já estava de pé.Dake tinha sumido misteriosamente , logo depois de dizer á Leh que ele ficaria oficialmente em Sweet Amoris, morando com seu “ querido e tarado titio Bóris”.
-Vi o Dimitry me esperando sentado na mesa da lanchonete, foi incrível! Por dentro estava igual uma criança quando vê doce, mas por fora outra, calma com um sorriso sereno. Like a Diva. Cheguei lá e ele me deu ‘aquele’ sorriso que faz estremecer, realmente ‘vampiresco’, como esperado dele. Então me chamou para dar uma volta, conversamos sobre muitas coisas, até ele resolver parar em um banco perto da praça, claro que eu o acompanhei, então ele se virou pra mim e pediu para olhar pra ele. O olhar vermelho dele, aqueles olhos tão profundos buscando a companhia dos meus... Perguntou se podia sentir meu perfume, ah, fui logo tirando o cabelo do pescoço, permaneci o segurando com a mão. Como eu estava virada pra ele, ele só se aproximou do meu pescoço se apoiando com uma mão passando por trás de mim no banco. Achei que ali já estava bom, mas... Ele veio mais e mais perto, chegou a morder a ponta de minha orelha. Quando eu senti ele mais perto de meu pescoço, senti ele...
Sair de perto, falando que poderia me ‘machucar’, que estava tarde e iria me deixar em casa... Hoje pela manhã ele conversou comigo falando que queria se encontrar mais vezes, pois foi divertido, adorou minha cara de assustada e o meu sorriso, e bla, e bla e bla... Eu estava sorrindo por fora, mas enchendo-o de chibatas que por dentro. Ah! -
  Foi como Myh descreveu o encontro da noite passada. Decididamente, precisávamos colocar estes garotos todos nos trilhos, e rápido.Mas como?

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