Capítulo 6: Yandere mode on

Mesmo vindo para a escola com Lysandre, agi normalmente com ele durante o caminho. Chegando á escola, corri para perto de Karen e as outras, como sempre. 
-Certeza que faremos isto hoje mesmo? - Indaguei com medo da resposta óbvia. -Sim. -As quatro responderam em coro, sem a participação minha e da Leh, que fez cara de limão azedo comigo.
- Eu serei a primeira, vejam e aprendam. - Quando Isa soltou esta frase, Bea já estava ao lado de Jade, o que me fez rir muito de Isa-senpai, para variar. Jade estava mexendo no canteiro de roseiras do clube de jardinagem, sem querer olhar para Bea, tentando esconder o que fazia, parecendo incomodado com sua presença. - A...ai!-O moço soltou a onomatopeia do nada,  ao receber  um forte beliscão  vindo de Bea na perna. 
- Por que fez isto?-Jade perguntou, franzindo o cenho.
-...Confundi com a vegetação, perdão. -Bea disse, como quem não queria nada, nem atenção, tentando parecer séria apesar da vontade de rir.
-Quer dizer que minha perna se parece com um graveto? -Jade a fitou, tentando entender por que ela fizera aquilo. Realmente espero que ele não tenha acreditado que foi por aquele motivo, se não seria muito lezado mesmo.Ele segurava algumas rosas já sem espinhos que tinha acabado de colher.Bea o observava atentamente.
-Não, com um tronco. -Bea disse a primeira coisa que veio á cabeça, sem querer deixar Jade chateado, e esperava pela reação do mesmo, que começou á rir.
- Rígido?- Jade inocentemente disse uma das características de um tronco, que não foi tão inocentemente interpretado por Bea, que rebateu com outra característica de troncos.- Morto.-
Jade riu ainda mais, trazendo Bea pela cintura para dentro da estufa, juntamente com a dúzia de rosas que segurava. Agora Jade terminava um buquê, embalando as flores em papel vegetal, plástico transparente e fitas de presente, que prendiam tudo em um harmonioso laço. Ao se virar, viu Bea quase o machucando novamente, mas ao ver o que ele estava agora lhe entregando, desistiu da continuação da “tortura” que tinhadocemente planejado para hoje.
- Estava em dúvida se buquês lhe agradava, mas já que admitiu sua queda por “coisas mortas”, sei que gostará. - Concluiu Jade, entregando á Bea as flores, e um beijo na testa que fez á mim e minhas amigas suspirarmos do lado de fora da estufa. Nem o filho de Bea, enquanto fosse de colo, pesaria mais que aquele buquê, realmente majestoso, imenso e pesado.
Assim que nos viramos para lhes dar privacidade, avistamos a mesma garota que tropeçou em Castiel dias atrás conversando com ele. Isa correu lá. E violentamenteprendeu a garota no muro imundo da escola pelo pescoço, enquanto sua outra mão ameaçava o rosto da pobre menina.
- É bom começar a ficar bem longe do meu Castiel. Ou eu te machuco. Ou talvez algo bem pior que isso. -Isa-chan dizia tudo com um sorriso de maníaca do parque.
Castiel puxou Isa de cima da outra garota bruscamente, e entrou no meio das duas.
- Oh, não. Se ele defender a novata, Isa chora, ou o mata. - Karen disse de longe, estávamos todas observando, menos Bea, que estava... Ocupada. com os nervos á flor da pele enquanto Castiel encarava as duas.
- Ou o mata chorando. - Ponderou Myh. As outras apenas concordaram com a cabeça, sem tirar os olhos da cena. Esses momentos eram críticos, e precisávamos ficar de olho se precisaríamos consolar uma amiga. Para a surpresa de Isa e a nossa, Castiel a prendeu na parede com força, do mesmo modo como ela fizera com aquela guria, que estava ali de seus lados, apenas olhando a cena, assim como nós tentando entender .
- Me chamou de seu. Eu não sou seu. - Disse Castiel em um tom ríspido e sério. Isa espremeu os olhos, demonstrando tanto ódio quanto ele ao ouvir aquilo, tentando fingir que não doeu. Eu vi o rosto de alegria que a menina que causara tudo aquilo fazia naquele momento. Eu queria ir até lá e esganá-la.
-É você que é minha.E não sinta ciúmes de mim, eu não perderia meu tempo com essa insignificante. -Castiel beijou a nossa amiga, da qual estava prensada na parede. E a “ insignificante” sumiu, se recolhendo ao seu lugar, seja lá onde seja.O ruivo nunca se divertira tanto assustando Isa daquela maneira. Nós quatro que assistíamos de longe começamos á rir, já que foi no mínimo um minuto de tensão que propositalmente Castiel causou.
Depois de rir, fomos entrando na escola.Karen secamente entrou na sala dos representantes e bateu a porta.Eu, Myh e Leh víamos perfeitamente a sombra de Karen e Nathaniel conversando lá dentro. Só não ouvíamos. A única coisa que foi audível foi  o estalo alto de um tapa.Karine dera um belo tapa no rosto do loiro, o que o fez segurá-la pelos ombros em modo de defesa, e pronunciar a primeira coisa que entendemos. Deve ter sido a emoção de ter apanhado que o fez gritar. -Você não entende.Depois de tudo eu não sabia como me declarar. -Ele falava como se estivesse brigando.
-Então esta é a sua chance, palerma. - Karen conseguia pronunciar ainda mais alto que o rapaz, embora depois disto o silêncio tenha reinado, e suas sombras tenham se fundido. Levou uma fração de segundos para entendermos que Nathaniel era melhor agindo do o que falando, e o que estava acontecendo.
- Acho que serei a única que não trocarei saliva hoje. -Eu disse a mais pura verdade, da qual fez Myh e Leh rirem.Logo após isto, o sinal tocou.
- Ainda é tão cedo para você dizer isto, eu não teria tanta certeza. - Percebi a mão de Lysandre pousada no meu ombro, me impedindo de correr para a aula com as outras duas. - Tem um show se aproximando. Ajude-me á terminar esta canção, já que eu te ajudo tanto com “ deveres de matemática.”-Lys disse, me arrastando para a sala vazia que era usada somente em dias de prova. Como o sinal já havia tocado, as garotas deviam ter “ descolado” de seus pares e colado na porta da sala para assistirem á mim e Lysandre, assim como eu tinha feito com elas. Só podia ser delas as sombras de pés por baixo da porta, que por sorte Lys não reparou, e abria seu bloco de anotações para me mostrar o que já tinha feito da canção. Era agora ou nunca.

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