Capítulo 8: Mais sangue, sapos e compras

Nós, únicos alunos que permanecíamos na escola, subimos pelas escadas das quais todos tinham descido aos gritos, e seguimos os rastros largos de sangue, a fim de saber o que teria ocorrido.
–Leh não pode ter feito o que pareceu que fez. - Layla dizia, atrás de todas, talvez com nojo de todo aquele sangue.
–E o que você conhece dela, para saber que ela não seria capaz? - Isa soltava os cachorros, se voltando para a “novata”. –E-espera, acho que me lembro de você, m-me desculpe... - Acho que finalmente Isa olhou direito para Layla. Não era possível que só eu havia reconhecido-a.
–Sim, é ela mesma. Estudou com a gente da primeira á quinta série, depois fez intercâmbio. Já até dormiu na sua casa, em festas do pijama,Isa-senpai. - Eu bufei sem nem olhar para trás: Da sala onde os rastros de sangue saíam parecia ter alguém ainda.
– E quando vai me convidar para uma “festa do pijama” na sua casa? - Lysandre  me perguntava, cutucando meu ombro. Mas só recebeu uma pisada com toda minha força no pé, abusado. Karen e as outras riram.
- Quem está aí? Pode me ajudar á limpar esta bagunça? - O professor Farizaire sibilava, indo até a porta da sala e nos encarando. – Puxa, sete alunos, isso será ajuda de sobra. Venham. – Ele praticamente ordenou que nós fossemos até a sala ajudar com não-sei-o-quê.
–Sapos? - Foi a primeira coisa que ouvi Dart “Vader” dizer: em cada mesa havia um sapo vivo estendido ,preso por “braços e pernas”, se é que se pode chamar assim.Mas um deles já estava todo morto e arrebentado, e a faixa de sangue que cobria tudo vinha dele.
–Estávamos dissecando sapos normalmente, mas uma das alunas “derrubou o bisturi para cima”, ele acertou  o sapo, e acho que cortou o próprio dedo também,  e todos os alunos ficaram com medo dela, ou nojo do sangue, e saíram correndo.Ela foi pedir ajuda ao único rapaz que não tinha saído correndo, mas acho que ela deveria ter largado o bisturi antes. Já que ela é tão desastrada, ele também saiu correndo de medo, e ela saiu atrás.Agora eu preciso recolher todos estes animais, mas sozinho vai demorar muito e... Vocês dois, - O professor finalmente dava uma pausa em seu discurso para apontar á mim e Lysandre. – Também estavam dissecando sapos? - Acho que ele chegou a esta conclusão por causa do sangue, mas eu fiquei pensativa em relação ao  o quê falar.
–Sim senhor.Parece que tem mais de uma desastrada nesta escola. - Lysandre colocava a mão sobre minha cabeça, como o meu pai fazia comigo. O professor riu, enquanto minhas amigas estavam sérias.
– Ia mesmo matar todos estes pobres animaizinhos?- Bea choramingava, olhando os “ pobres sapinhos”.
-... Você coleciona sapos de pelúcia, mas duvido que goste de um de verdade. -Lysandre abria seu sorriso de canto travesso, desprendendo um dos sapos e vindo com ele em minha direção. Eu apenas o peguei das mãos dele, e coloquei na outra caixa de vidro, que deveria ser para onde o professor queria colocar os sapos de volta, em segurança. – Você não tem medo por que cresceu em uma fazenda, mas eu também.-Afirmei.
Nós todos ficamos lá, ajudando o professor e os sapos, e também limpando o sangue, até a polícia que a diretora havia chamado. Deixamos o professor dizer que tinha sido tudo um mal entendido.
- Espere! O sangue em mim é de outra coisa. É ... - Eu tapei a boca de Lysandre, com um sorriso amarelo. O quê ele tinha na cabeça, queria que “ me levassem presa”?  Eu já tinha esquecido como era o seu  lado do gênio que havia se moldado ao seu melhor amigo, Castiel.
Os policiais pararam para prestar atenção em nós. Ficamos trocando olhares, até eu fazer que sim com a cabeça, entendendo que mais tarde ele ia querer algum favor em troca da mentira. Da ultima vez ele me fez ajudar á limpar a casa imensa dele em troca de não contar aos meus pais que eu coloquei fogo no acampamento, e que isso deixou de detenção á mim e a ele.De qualquer forma, eram trocas justas.
- ..O meu é de mim mesmo, quando me barbeei hoje de manhã.- Lysandre sussurrou a frase dando uma piscadinha caliente aos policiais, o que fez á mim e as minhas amigas rirmos.
Finalmente estávamos saindo da escola, todo o resto dos nossos “ amigos” (leia pares das minhas amigas.) estavam lá.Menos Dimitry. E Mylena havia evaporado também.
– Podiam ter nos ajudado.- Angel dizia encarando-os, especialmente Ken.
–Para quê, assistir vocês da janela com os policiais foi mais divertido. - Ken riu por pouco tempo, até levar um leve tapa no ombro dado por Dart, que doeu até em mim.
Castiel revirou os olhos. – Ok, ok. Eu só sei que só estava esperando por Lysandre, nós temos que treinar para o show.- Ele terminava a frase puxando Lys-fofo de mim, dando um beijo na testa de Isa e partindo para o infinito e além na rua.
-... Eu sou a única que não entendeu por que cargas d’agua seis garotas piraram hoje na escola? - Dart indagava, olhando para mim, como se eu tivesse fôlego de explicar tudo.
–É... tudo começou á dois meses atrás. Mas esta história envolve todas nós, e vamos precisar  de Myh também.Que tal uma festa do pijama lá em casa, e lá nós contamos tudo?-Eu fiz o convite, e Dart pareceu comovida, eu vi suas pupilas brilharem. Como Ken era seu melhor amigo, e acho que nunca permitiriam que uma moça e um rapaz dormissem “juntos”, ela nunca deveria ter participado de uma. Layla sorriu.  – Eu também quero saber o que aconteceu na minha ausência. – Eu fiz sinal que Layla também estava convidada. Os garotos que sobraram ali ficaram encarando, reuniões de garotas parecia grego para eles.
- Tem algo que eu e Ken combinamos de fazer agora, venham junto. - Angel convidou a mim e a Karen, sorridente. Eu olhei para Ken, que já que não pareceu incomodado com ela ter convidado, aceitamos. Enquanto andávamos rumo ao desconhecido, pude ouvir Jade perguntando de quem era a marca de mão no rosto de Nathaniel, e depois, a risada maníaca das minhas amigas.
Começamos á avançar o centro, cheio de lojas e afins.
– Mesmo mudando meu físico e tentando mudar meu jeito também, meu pai insiste que eu não sou “homem”. - Ken insistiu em desabafar no meio da calçada. –Então, vocês vão me ajudar. São minhas melhores amigas, desde sempre. - Ele sorriu, causando um abraço coletivo ali mesmo.
Nós, antes de tudo levamos Ken ao barbeiro, ele havia decidido abandonar o corte de cabelo “ estilo tigela”.
–E não é que tinha uma testa em baixo daquele cabelo todo? - Karen riu sozinha, continuando. –Quem devia cortar o cabelo é o “vampiro doidão”. - Agora sim ,Karen ria acompanhada de  mim e os outros.
Ken tinha mandado fazer outros óculos, já que o seu tinha se quebrado. Mas este era pequeno e de lentes transparentes, o que nos possibilitava ver todo seu rosto e feições, mesmo usando-o.
Depois disto, fomos comprar roupas. Angel fracassadamente sugeriu jaquetas de couro, mas aquilo não combinava em nada com o estilo de Kentin, mesmo estando um pouco diferente. Karen nos levou até uma loja de camiseta e moletons com estampas de animes e super-heróis variados, e lá sim, fizemos a festa. Ken também parecia interessado em camisas brancas lisas, como as que Nathaniel usa, mas eu sinceramente acho sem graça. Mesmo as comprar sendo para Ken, acabei provando e comprando junto com ele as camisetas e moletons com estampas. Um moletom com a Nyu ensanguentada na frente não é algo que se encontre em qualquer lugar, eu não podia deixar ele lá.
- Parece uma fotografia sua na frente do moletom. - Dart riu, e eu tive de concordar. No dia seguinte, voltaríamos com Ken irreconhecível para a escola.

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